Terça-feira (05/10/2010)
Ler: Gn1:2,7,26-28; Is 14:12; Ez 28:12-15;Ef 6:12; Hb 1:7,14; Ap12:4
Os Perigos do Lado Bom da Alma
No capítulo anterior falamos da importância de renunciarmos a nós mesmos
a fim de que a vida de Deus encontre espaço para se expandir em nosso ser.
Neste capítulo abordaremos os perigos do lado bom da vida da alma. Todavia, se
não estivermos debaixo da luz da vida, dificilmente conseguiremos vê-los.
É muito fácil identificar o lado mal da vida da alma, como ser
impaciente, criticar os outros, perder a calma; porém o seu lado bom é
extremamente difícil de ser identificado, pois se confunde com o viver
espiritual. Sempre apreciamos o que fazemos de bom: o comportamento refinado, a
dedicação em agradar a Deus, a preocupação com as pessoas. Não conseguimos
perceber o perigo que há por trás disso.
Por esse motivo, dedicamos exclusivamente este
capítulo para abordar o assunto, que consideramos de vital importância.
Lúcifer
O que ocorreu com
Lúcifer pode nos dar boas indicações para que entendamos o tema. Deus o criou
com perfeição, cheio de sabedoria e formosura, e estava no Éden, jardim de
Deus. Ele foi preparado para ser príncipe e ungido querubim da guarda, a fim de
governar sobre as muitas coisas que Deus criara. Era perfeito em seus caminhos,
desde o dia em que foi criado, até que se achou iniqüidade nele (Ez 28:12-15).
Deus havia dado muita capacidade a ele, pois sua função assim exigia.
Como ministro de Deus, foi fiel em sua tarefa, cumprindo tudo segundo a
determinação divina. Todavia sua muito sabedoria e formosura fizeram com que o
orgulho brotasse em seu coração e ele se corrompeu (vs.17).
À luz da palavra vemos
que, ao receber de Deus toda a capacidade para servi-lo, Lúcifer julgou-se tão
capaz a ponto de conceber a ideia de um governo paralelo ao de Deus. Isso nos
deve ajudar a ver que, quando usamos o lado bom da nossa alma nossa capacidade,
nossas competências para servir a Deus, pode ocorrer, ao fazê-lo tão bem,
pensemos que já não precisamos da provisão do Senhor, pois achamos que temos em
nós mesmos a suficiência para isso. A conseqüência é a soberba, altivez, o
orgulho.
Como resultado da
corrupção de Lúcifer, seu ego apareceu em oposição a Deus. Isaías capítulo 14
relata: “Tu dizias no teu coração: eu subirei ao céu; acima das estrelas de
Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação mim assentarei, nas
extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante
ao Altíssimo”(v.13-14). Nota-se o uso intensivo do pronome “eu”, mesmo que
oculto na forma verbal. Quando alguém se julga muito capaz, seu ego toma o
lugar de Deus e envereda pelo caminho da auto-exaltação.
Os anjos foram criados
como ministros de Deus para servir-los (Hb1:7,14). São servos de Deus criados
para fazer tudo o que Ele ordena. A submissão, a subordinação que se exige
deles é total e absoluta. Os anjos não foram criados para opinar nem para fazer
a sua própria vontade; ao contrário, a função deles é obedecer ás ordens de Deus. Mas Lúcifer, por ter sido
criado com tantos atributos, achou que podia estabelecer outro trono e ele
mesmo se tornar outra fonte de autoridade, em rivalidade com a de Deus.
Por essa causa, foi lançado por terra (Is14:12; Ez28:17) e levou consigo,
em sua rebelião, a terça parte dos anjos (Ap14:4). Estes, por sua vez,
tornaram-se os principados e as potestades, os dominados desse mundo tenebroso,
as forças espirituais do mal nas regiões celestes (Ef 6:12).
A criação do homem
Ao serem lançados pra terra
Satanás, o adversário de Deus, juntamente com os anjos que o seguiram em sua
rebelião contaminaram as criatura que havia na terra, a qual Deus teve de
julgar com água. Por isso a terra tornou-se sem forma e vazia (Gn1:12). Deus
então a restaurou do caos provocado por Satanás e, no final do sexto dia de sua
criação, criou o homem a Sua imagem e semelhança. Ao criar o homem e a mulher,
Deus lhes deu uma benção e uma incumbência: “Sede fecundos, multiplicai-vos,
enchei a terra e sujeitai-a; dominar sobre os peixes do mar, sobre as aves dos
céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (vs26-28).
Fica evidente que a
intenção de Deus ao criar o homem era restaurar seu Reino na terra e,
conseqüentemente, e expulsar o ilegítimo governo de Satanás que se instalara
aqui. O homem criado por Deus tem três partes: corpo, alma e espírito (Gn 2:7).
O espírito é para receber Deus - que é Espírito (Jo4: 24) - e sua vida. Essa
vida, entrando no homem, pode penetrar até sua alma, saturando-a com a vida
divina. Dessa forma Deus assume o governo sobre o homem e, por meio dele,
conquistará toda a terra de volta para Si.
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